Judiciario
Sandro Louco sofre nova condenação e pena chega a 173 anos
A Justiça de Mato Grosso condenou o criminoso Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, a 13 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Ativo Oculto.
A decisão é assinada pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi publicada nesta sexta-feira (6).
Com a nova condenação, “Sandro Louco” chega a uma pena total de 173 anos. Ele está recluso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
A Ativo Oculto foi deflagrada pela Polícia Civil em março do ano passado e desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro proveniente da atividade criminosa de uma facção criminosa em Mato Grosso, que teria beneficiado familiares de líderes do grupo.
O processo contra “Sandro Louco” e outras duas pessoas, identificados como Everton Danilo Jesus Batista e Adeilton de Amaral Tavares, foi desmembrado dos outros alvos. Everton foi condenado a 10 anos de prisão, em regime fechado. Já Adeilton pegou cinco anos em regime semiaberto e foi colocado em liberdade.
Na decisão, o juiz afirmou que as provas apresentadas pelo Ministério Público Estadual comprovam que “Sandro Louco”, embora já condenado a mais de 160 anos de prisão e recolhido na PCE, continua exercendo o controle sobre as operações da organização.
O magistrado citou como exemplo de prova dados extraídos de um aparelho telefônico apreendido com um preso, membro da facção, que dividia a cela com com ele na PCE.
Conforme o juiz, “o relatório identificou a atuação contínua de Sandro na organização, reconhecendo-o como o 01” da facção.
O magistrado tambem citou conversas entre ele e sua esposa, Thaisa Souza de Almeida Silva Rabelo, na qual ela informou sua localização enquanto transportava uma arma de fogo a mando do marido.
Assim como com seu filho, que também mencionou a necessidade de consultar o pai para efetuar doações de sacolões.
“Nessa linha de argumentação, denota-se que o réu Sandro não apenas integra, mas também exerce uma posição de liderança na organização criminosa (…), coordenando diversas atividades ilícitas, incluindo o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro”, escreveu o juiz.
“A colaboração ativa de seus associados, o controle e a coordenação de operações financeiras suspeitas mesmo estando preso, além da aquisição e manutenção de patrimônio incompatível com rendas declaradas, reforçam a comprovação de sua participação efetiva e contínua em atividades criminosas, todas no contexto da facção comando vermelho”, acrescentou.
Histórico
“Sandro Louco” foi preso pela primeira vez no ano 2000, após assaltar um banco em Várzea Grande, mas conseguiu fugir no mesmo ano.
Posteriormente, saiu da cadeia pela porta da frente e ainda levou as armas dos policiais que faziam a guarda.
Ao ser recapturado e encaminhado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), escapou novamente.
A nova prisão aconteceu apenas em fevereiro de 2002, quando foi levado para a PCE.
Em 2003, Sandro foi transferido para o Presídio Major Eldo Sá Corrêa (Mata Grande), em Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá), e novamente conseguiu fugir.
A última prisão ocorreu no ano de 2005. Ele ficou cerca de 6 meses em uma unidade prisional de São Paulo.
Ao voltar para Mato Grosso, foi levado para Água Boa (a 730 km ao leste da Capital), onde liderou a rebelião em que cometeu um assassinato.
Ele foi transferido para a unidade de segurança máxima em Catanduvas (PR) no início do ano de 2007 e depois para presídio federal de Mossoró (RN).
Em 2012, retornou a PCE e, em 2016, foi enviado novamente para Catanduvas. Em 2019, retornou de novo para a PCE.
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