“Se nenhum servidor é ladrão, por que teve 21 operações?”

O candidato a prefeito de Cuiabá Abílio Brunini (PL) voltou a defender o uso de câmeras para monitorar os servidores públicos da Prefeitura. 

A câmera não acusa todos de ladrões e corruptos. Ela só identifica quem é: separa o joio do trigo

Em entrevista ao Jornal da Cultura, na manhã desta terça-feira (27), ele afirmou que a intenção é combater crimes de corrupção pois, “se tem como fraudar licitação em Cuiabá, tem participação de servidores”.

“Nenhum funcionário é ladrão? Essa é a pergunta. Se nenhum servidor é ladrão, por que teve 21 operações policiais? São 21 operações, tem como roubar sozinho? Tem como alguém desviar o medicamento sozinho? Tem como alguém ir lá fraudar o contrato sozinho? Não. Alguém foi cúmplice, alguém foi parceiro desse processo”, afirmou. 

“A câmera não acusa todos de ladrões e corruptos. Ela só identifica quem é: separa o joio do trigo”, acrescentou.

Abílio, que já foi vereador por Cuiabá (2017-2020), citou a Operação Sangria, que teve como um dos principais alvos o então secretario de Saúde Huark Douglas. A operação investigou o monopólio de serviços de saúde de forma criminosa.

Segundo o candidato, um possível servidor “avalizou” os contratos sob investigação.

“Quem era o fiscal do contrato? Um servidor. O que estamos queremos é que quem faz a coisa errada seja monitorado pelas câmeras, e o que faz o certo? Se faz o certo não deve se preocupar”, disse.

Eu sempre digo a verdade. Às vezes, me custa o resultado de uma eleição e por outro lado também me coloca na posição onde estou

“Você vai ao shopping, no elevador, no trabalho e tem câmeras. Nada mais justo o que a gente está pedindo”, afirmou.

“Tencionamento” com servidores

Questionado se não teme que os servidores possam se voltar contra ele, como ocorreu quando disputou a eleição de 2020 para prefeito e foi derrotado, Abílio disse que tem compromisso “com a verdade”.

“Vamos ignorar os esquemas de corrupção que têm participação do servidor público? Vai ignorar isso porque estamos em um processo eleitoral? ‘Olha, Abílio, você tem que ganhar o voto do servidor. Faça de conta que todos são iguais, bonzinhos’”, ironizou.

“[…] Eu sempre digo a verdade. Às vezes, me custa o resultado de uma eleição e por outro lado também me coloca na posição onde estou”, disse.

Veja o vídeo: