Judiciario

Crise no agronegócio faz MT ser “campeão” nacional em recuperações

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O número de produtores rurais que atuam como pessoa física que ingressaram com pedidos de recuperação judicial no segundo trimestre deste ano aumentou 529% em relação ao mesmo período de 2023. O levantamento foi feito pela Serasa Experian e divulgado nesta semana.

 

Mato Grosso lidera as estatísticas de pedidos. Das 214 solicitações apresentadas a Justiça, os produtores do estado foram responsáveis por 57. Os números elevados refletem os problemas vivenciados pelo setor.

 

“O agronegócio brasileiro passa por problemas estruturais sérios que, somados aos fenômenos climáticos e à situação do mercado internacional, fez com que muitos produtores passassem por sérias dificuldades”, disse um advogado.

 

Entre os fatores que juntos fazem com que o setor enfrente uma grave crise, o profissional elenca as altas taxas de juros, o baixo preço das commodities e o aumento nos custos de produção.

 

O advogado destaca que, neste sentido, é natural que os produtores de Mato Grosso liderem a lista, uma vez que o estado é o maior do Brasil em produção agrícola.

 

“Não se trata de um problema localizado em uma região. O ranking dos estados, que coloca Goiás na segunda colocação e Minas Gerais e Mato Grosso do Sul em seguida, deixa claro que a crise afeta o setor como um todo. O que diz se a crise ocorre em maior ou menor intensidade é a situação anterior deste produtor”.

 

Neste sentido, a recuperação judicial tem sido uma saída muito importante para os produtores rurais. “Se feita de forma correta, ela dá fôlego para que eles consigam renegociar suas dívidas sem a necessidade de abrirem mão do patrimônio construído o que, em muitos dos casos, é o que garante a continuidade da atividade, a geração de empregos e o papel econômico social que os produtores possuem”.

 

O profissional acredita que o número de pedidos de recuperação judicial de produtores rurais pessoa física seguirá em alta, uma vez que políticas públicas de socorro ao setor não foram ainda aprovadas e implementadas.

 

“Então, aos produtores, não resta outra alternativa que não seja a recuperação judicial. Produtores que estão com processos como este em andamento estão conseguindo se reerguer, o que é bom para toda uma cadeia de comércio e serviços, para quem trabalha no campo e para a sociedade”.

 

Os dados divulgados pela Serasa mostram que nos seis primeiros meses deste ano foram protocolados 320 pedidos de recuperação judicial, mais que o dobro do que foi verificado em todo o ano de 2023, que teve 127 ações.





Fonte: Mídianews

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