Judiciario
Defesa diz que empresária é herdeira e pede liberação de bolsas
A defesa da empresária Camila Nunes Guimarães voltou a se manifestar pela devolução de oito bolsas aprendidas na casa dela durante a Operação Miasma, deflagrada em maio pela Polícia Federal.
A requerente possui uma fonte de renda significativa e estável, proveniente de herança
Os advogados argumentaram que ela é herdeira e que os objetos foram comprados com dinheiro lícito.
Camila é esposa do piloto Ernani Rezende Kuhn, sobrinho da primeira-dama de Cuiabá, Marcia Pinheiro.
Tanto ela quanto o marido foram alvos de busca e apreensão na operação, que investigou um suposto esquema de desvio de dinheiro na Saúde da Capital.
A nova manifestação foi feita após a Polícia Federal apresentar avaliação técnica das oito bolsas, que valem R$ 79,5 mil, e opinar pela liberação delas por considerar que são “irrelevantes” para o processo.
“Como exposto no pedido inicial, a requerente possui uma fonte de renda significativa e estável, proveniente de herança, tendo plena capacidade de adquirir de forma lícita as bolsas que foram apreendidas”, diz trecho da manifestação.
“Diante disso, considerando que os bens possuem origem lícita, não interessam para a elucidação dos fatos investigados, sequer existe ação no caso em questão, bem como ausente qualquer requisito para o perdimento, reitera-se como manifestado pela própria Autoridade Policial, pela restituição de todos os bens apreendidos”, diz outro trecho.
Ainda na manifestação, a defesa pediu a decretação de segredo de Justiça nos autos, alegando que a divulgação das informções por parte da imprensa vem trazendo uma série de transtornos para a vida da empresária.
“Isto posto, tendo em vista que a intimidade e a privacidade da requerente se encontram vulneráveis, uma vez que no processo constam informações pessoais e atualmente está disponível para consulta pública, a peticionante requer o trâmite dos presentes autos em segredo de justiça, o que reclama a decretação do sigilo dos autos, nos termos do art. 25, da Portaria 8016281/PRESI/2019”, pediu.
A operação
Também foram alvos da operação o irmão da primeira-dama, Antonio Ernani Rezende Kuhn, e a esposa dele, Claudeny Martins Rezende Kuhn. Eles são pais de Ernani.
Segundo as investigações da PF, os parentes de Márcia Pinheiro são donos da SMT Transportes e Veículos Especiais, que recebeu mais de R$ 3 milhões da Secretaria de Saúde de Cuiabá para locação de vans e ambulâncias durante a pandemia da Covid 19.
No entando, a empresa possuía apenas um Fusca ano 1986 e uma Kombi 2013.
Além dos contratos envolvendo a SMT Transportes, a operação ainda apura a contratação de empresa para o fornecimento de software de gestão documental, por valor aproximado de R$ 14 milhões.
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