O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), se manifestou em um vídeo publicado em suas redes sociais sobre a Operação Miasma, deflagrada na manhã de terça-feira (27) pela Polícia Federal. O gestor disse ser o maior interessado na investigação, que apura fraudes em licitação na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. Entre os alvos, foram apontados familiares da esposa do prefeito, a primeira-dama Márcia Kunh Pinheiro (PV).
A operação revelou que familiares da primeira-dama de Cuiabá são suspeitos de participarem de um esquema de fraudes na contratação de ambulâncias e vans na Secretaria de Saúde. Antônio Ernani Kuhn e Ernani Rezende Khun, irmão e sobrinho de Márcia Pinheiro, além da esposa de Ernani, Camila Nunes Kuhn, e Claudiney Martins Rezende Khun, sofreram busca e apreensão.
A investigação da suposta fraude teve início após uma denúncia do Gabinete de Intervenção no ano passado. Inicialmente, as investigações foram abertas pela Deccor (Delegacia de Combate a Corrupção), da Polícia Civil de Mato Grosso.
No entanto, diante dos contratos terem sido pagos com recursos federais, as investigações foram transferidas. A suspeita é de que houve uma fraude em 2021 na contratação de ambulâncias por dispensa de licitação na Pasta no valor de cerca de R$ 3,095 milhões.
Também é apurada a contratação de empresa para o fornecimento de software de gestão documental, por valor aproximado de R$ 14 milhões. No vídeo publicado nesta quarta-feira, Emanuel Pinheiro comentou sobre as investigações, mas não citou a participação de parentes de sua esposa na suposta fraude.
Ele destacou que o caso deve ser apurado, mas fez questão de citar que seu nome sequer foi citado na decisão judicial que autorizou a operação. “Toda denúncia tem que ser investigada mesmo, seja contra a Prefeitura de Cuiabá, contra o Governo do Estado, ou contra qualquer outro. Nada pode ser jogado para baixo do tapete. Vocês podem perceber que todas as denúncias meu nome é sequer citado, não há envolvimento do prefeito de Cuiabá. E digo para vocês que não vai haver mesmo até mesmo porque eu não faço nada errado e não mando ninguém fazer nada errado”, afirmou.
O prefeito também citou que outras operações realizadas contra sua gestão tiveram seus inquéritos arquivados pela Justiça. A Operação Miasma foi a 20ª sofrida pela atual administração da Capital, sendo a maior parte delas envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. “Como advogado, posso contribuir dizendo que uma operação é uma medida cautelar autorizada pela Justiça para se buscar provas. Faz parte do inquérito e que, assim como vários outros, pode vir a ser arquivado. Já coloquei a Prefeitura de Cuiabá a inteira disposição da Polícia Federal, para colaborar em todo o processo de investigação. O prefeito da capital é o maior interessado em elucidar os fatos e para que a verdade venha à tona”, completou.