Opinião

Mulheres eleitas, avanços e desafios

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Gisela Cardoso

Cuiabá viveu um momento histórico neste primeiro turno das Eleições de 2024, com a eleição de oito mulheres para o cargo de vereadora, o que representa 30% das 27 vagas do Poder Legislativo municipal. Contudo, ainda chama atenção o fato de que, do total de eleitas para prefeita, vice-prefeita e vereadora em todo o Estado, somam apenas 19% (312) ante 81% dos homens eleitos (1.314).

Em Mato Grosso, foram eleitas 12 mulheres para prefeita, o que representa apenas 9% da quantidade dos eleitos para este cargo, ante 91% de homens eleitos. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A participação feminina na política mato-grossense segue o cenário brasileiro, que neste domingo elegeu 12.400 mulheres para prefeita, vice-prefeita e vereadora, totalizando 18% dos eleitos. A quantidade de homens somou 56.823 mil, ou 82% do total.

A representatividade das mulheres nos cargos eletivos é fundamental e deve continuar sendo uma pauta permanente na sociedade. Afinal, a pluralidade de ideais ajuda no fortalecimento democrático e amplia as visões e ideias sobre os problemas sociais e na busca por soluções.

No Sistema OAB, cujas eleições serão realizadas na segunda quinzena de novembro, já conseguimos grande avanço com a paridade em 2021. Uma luta que contou com minha participação no debate nacional, e que resultou nas últimas eleições em 5 mulheres presidentes de seccionais, Patrícia Vanzolini (OAB-SP), Marilena Indira Winter (OAB-PR), Daniela Borges (OAB-BA) e Cláudia da Silva Prudêncio (OAB-SC) e eu, Gisela Cardoso, na OAB-MT.

Importante também ressaltar que vivemos um momento histórico em Mato Grosso, no qual temos mulheres presidindo, coordenando e representando importantes espaços como a presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso; a presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região; Tribunal Regional Eleitoral; na chefia do Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, e na Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, entre outras.

A presença de mulheres, seja na política partidária ou em atuação de liderança em cargos institucionais, é um fator que merece ser celebrado, mas ainda existe muito a ser ampliado.

Aqui não se trata de oposição entre participação de mulheres e homens, pelo contrário, é uma soma de forças para que as ideias e os projetos visando o bem comum sejam cada vez mais favoráveis aos beneficiários.

Parabenizo a todos os eleitos, e de modo especial desejo minhas felicitações às 312 mulheres eleitas em Mato Grosso para os cargos de prefeita, vice-prefeita e vereadora, o que demonstra um importante avanço. Continuemos o trabalho para a superação dos desafios, e um deles é que haja cada vez mais paridade.

Gisela Cardoso é presidente da OAB-MT



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