Opinião

O impacto positivo do cooperativismo na economia de Mato Grosso

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Tainá Heinzmann

É inegável o impacto positivo que o cooperativismo tem na economia atual. Senão vejamos: se todas as cooperativas do planeta fossem um país, elas representariam a 8ª maior economia do mundo. E no Brasil o cenário não é muito diferente. Se elas fossem um estado, seria o quarto maior em termos econômicos, ficando atrás apenas dos gigantes São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Ao estratificar um pouco mais e analisar esse impacto em Mato Grosso vemos que a história se repete, com as cooperativas representando um papel de destaque na pujança econômica demonstrada pelo estado nos últimos anos. E o melhor é que os benefícios vão muito além dos números, pois o que é produzido pelo cooperativismo representa uma melhora verdadeira na vida das pessoas.

Os números, portanto, servem para que consigamos ter uma dimensão dos benefícios que as cooperativas trazem para as comunidades em que estão inseridas. No caso de Mato Grosso, de acordo com dados do Anuário do Cooperativismo Mato-grossense 2024, um produto do Observatório do Cooperativismo de Mato Grosso, a abrangência impressiona. Ele mostra que elas estavam presentes em 134 dos 141 municípios analisados em 2023, o que representa mais de 95%.

Ao final do ano passado somavam-se 182 cooperativas registradas no Sistema OCB/MT, representando um incremento de 20% em relação ao ano anterior em todos os sete ramos. Levando-se em conta cooperativas e filiais, Mato Grosso contava com 756 pontos de atendimento aos cooperados, o que representa uma média de cinco unidades por município. A quantidade de associados também cresceu expressivamente, ultrapassando a marca de 1 milhão em 2022 e alcançando 1,45 milhão em 2023, um aumento de 23,92%, ou 39,29% da população mato-grossense.

O número de colaboradores acompanhou o crescimento com um acréscimo de 7,76% (+988 empregos) em 2023 em comparação com o ano anterior, registrando o maior nível de empregos no cooperativismo mato-grossense: 13.694 postos de trabalho.

Esses resultados se tornam ainda mais interessantes se levarmos em conta que a maior parte das cooperativas é formada por pequenos produtores, pequenos empresários que não conseguiriam se manter em atividade se não fosse por meio da cooperação. O anuário mostra que 75% das cooperativas eram constituídas por até 50 cooperados em 2023.

Além disso, trata-se de um sistema que se retroalimenta por meio da intercooperação, com 73% das cooperativas realizando negócios com outras cooperativas. E tem solidez, com 20% delas apresentando mais de 30 anos de vida. Mas que não deixa também de se renovar, pois 15% têm menos de 5 anos, ou seja, o sistema segue em franca manutenção.

Voltando um pouquinho à questão da pujança econômica, orgulha-nos ver que esse grande esforço tem dado os melhores resultados, com 47% de toda a produção de grãos do estado são oriundos das cooperativas e 55% da produção de algodão. E boa parte dos recursos obtidos circulam dentro do próprio sistema, sendo que cerca de 40% da população mato-grossense está envolvida atualmente com as cooperativas de crédito (1,41 milhão de pessoas).

Todo esse volume de cooperativas, cooperados e colaboradores teve um grande impacto na economia de Mato Grosso. Os dados consolidados de 2023 mostram que chegamos a mais de R$ 40 bilhões em faturamento bruto – o que chamamos de ingressos/receitas totais. Destes, R$ 1,4 bilhão são as sobras, que dentro do cooperativismo seria o mesmo que o lucro nas empresas.

Estes recursos retornam para os cooperados no final do exercício e, por consequência, para a sociedade. Se esse ritmo de crescimento continuar, é completamente factível que atinjamos a meta dos R$ 100 bilhões de prosperidade projetados para o ano de 2027. Ou seja, R$ 100 bilhões em faturamento bruto das cooperativas.

Cada real produzido pelo cooperativismo representa uma melhora verdadeira na vida das pessoas e também na economia. Estudos realizados pelo Sistema OCB nacional e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) mostram que para cada R$ 1,00 investido no cooperativismo há um incremento de R$ 1,65 em termos de produção na economia brasileira. Além disso, cada R$ 1,00 movimentado pelas cooperativas gera um acréscimo de R$ 0,06 em impostos arrecadados.

O cooperativismo é, portanto, um motor potente da economia mato-grossense e brasileira, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento econômico e social.

Tainá Heinzmann é gerente-geral da OCB/MT



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