Judiciario

Polícia monta “linha do tempo” de repasses de suposta propina

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A Polícia Civil montou um cronograma que revela uma sequência de pagamentos públicos e transferências privadas que indicam o recebimento de propina pelos vereadores Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL). 

Observa-se que no ano de 2023, após a aprovação do dia 21/09/2023 ocorreu um pagamento total de R$ 8.088.451,65

 

Os repasses teriam ocorrido após a aprovação de uma medida legislativa que beneficiou diretamente a empreiteira HB20 Construções, responsável pelas obras do Contorno Leste, em Cuiabá.

 

As informações constam no relatório da Operação Perfídia, que cumpriu mandados judiciais e resultou no afastamento dos parlamentares na semana passada.

 

De acordo com a investigação, o fluxo de recursos começa com repasses oficiais da Prefeitura de Cuiabá à HB20. O primeiro pagamento, no valor de R$ 2,1 milhões, foi realizado em 1º de maio de 2023.

 

Em 1º de junho, a empresa recebeu R$ 3,5 milhões, seguido por outro repasse de R$ 3,9 milhões em 24 de julho.

 

A votação na Câmara ocorreu em 21 de setembro de 2023, quando foi aprovada a proposta que autorizava o parcelamento de dívidas tributárias do município. Segundo a Polícia Civil, essa medida permitiu à Prefeitura emitir certidões e, assim, continuar liberando recursos públicos à empreiteira.

 

Apenas uma semana após a aprovação, em 28 de setembro, a HB20 recebeu novo pagamento de R$ 4,8 milhões, o que, para os investigadores, indica relação direta com a decisão dos vereadores.

 

Os repasses continuaram nos meses seguintes: R$ 2,49 milhões em 1º de novembro e R$ 745 mil em 1º de dezembro. 

 

“Observa-se que no ano de 2023, após a aprovação do dia 21/09/2023 ocorreu um pagamento total de R$ 8.088.451,65 (oito milhões oitenta e oito mil quatrocentos e cinquenta e um reais e sessenta e cinco centavos)”, consta no relatório. 

 

Após esses eventos, começaram as movimentações financeiras suspeitas. No dia 11 de outubro, João Jorge Souza Catalan, ex-funcionário da HB20 e delator do esquema, transferiu R$ 50 mil ao empresário José Márcio da Silva Cunha, apontado como intermediário da propina.

 

Outras três transferências, nos dias 13, 14 e 18 de outubro, somaram mais R$ 100 mil, totalizando R$ 150 mil em uma semana.

 

“Segundo explicado por João Jorge, os pagamentos se deram em razão da aprovação pela Câmara de Vereadores de uma tal “certidão” para liberar o Município de Cuiabá a pagar dívidas”, consta no relatório. 

 

João Jorge apresentou capturas de tela de conversas com o vereador Sargento Joelson que comprovariam o acordo.

 

Veja

 

][

 

 

Operação Perfídia

 

A investigação da Polícia Civil apontou que o Sargento Joelson teria recebido R$ 250 mil em propina para aprovar um projeto de interesse da Construtora HB20 na Câmara. Ainda conforme o inquérito, Chico 2000 também teria dado o aval às negociações.

 

A matéria de interesse da empreiteira autorizava o município a parcelar dívidas tributárias, medida, que “em tese, facilitaria a liberação de pagamentos pendentes à HB20″.

 

Ainda conforme as investigações, logo após a aprovação na Câmara, a empresa recebeu um pagamento de R$ 4.849.652,46 da Prefeitura de Cuiabá, o maior valor recebido durante a execução de todo o contrato.

 

O suposto esquema culminou na deflagração da operação que cumpriu 27 ordens judiciais em Cuiabá, incluindo em gabinetes de vereadores, além de busca nos sistemas e câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, onde o crime teria ocorrido. 

 

Os vereadores foram afastados do exercício parlamentar por determinação da Justiça. E todos os alvos tiveram o passaporte apreendido. 

 





Fonte: Mídianews

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