Política

Abilio vê manobra de empresas para manter ex-diretores da Arsec em cargos estratégicos

Published

2 semanas ago

03/06/2025

Conteúdo/ODOC – O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), questionou publicamente nesta segunda-feira (2) o que classificou como “interesses obscuros” na tentativa de manter antigos dirigentes da extinta Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Arsec) em seus cargos. As suspeitas recaem sobre a relação desses ex-gestores com empresas que atuam na capital, como a Águas Cuiabá e as concessionárias do transporte coletivo.

A fala do prefeito ocorre em meio a uma disputa judicial envolvendo a nova autarquia reguladora da cidade, o “Cuiabá Regula”, criada pela atual gestão para substituir a Arsec. A Águas Cuiabá, concessionária responsável pelo abastecimento de água e esgoto na capital, provocou o Ministério Público do Estado (MP-MT) a questionar a legalidade da nova autarquia.

Como resposta, o MP ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) pedindo, inclusive, a suspensão imediata da lei que criou o Cuiabá Regula.

No centro da polêmica está o advogado Alexandre Bustamante, ex-presidente da própria Arsec e hoje representante legal das empresas de ônibus que operam em Cuiabá. Segundo Abilio, Bustamante também representa os ex-diretores da agência, Alexandro Adriano e Zito Adrien, que tentaram na Justiça permanecer nos cargos após a extinção da Arsec. O pedido de liminar, no entanto, já foi negado pelo Judiciário.

“É curioso que o mesmo advogado das empresas de ônibus esteja atuando para manter os antigos diretores da Arsec. E isso justamente em um ano de revisão tarifária, tanto do transporte público quanto dos serviços de água e esgoto. Qual o real interesse por trás disso?”, questionou o prefeito durante entrevista.

Abilio levantou suspeitas sobre a atuação dos ex-dirigentes enquanto estavam à frente da agência. Para ele, é preciso apurar se a regulação dos serviços era feita de forma isenta ou se havia favorecimento às concessionárias. “Será que eles estavam mesmo regulando ou estavam a serviço das empresas? Isso precisa ser investigado”, afirmou.

Apesar da ação judicial do Ministério Público, o prefeito reforçou que a criação do Cuiabá Regula respeita os trâmites legais e que pretende recorrer caso a Justiça determine a suspensão da nova autarquia. “Só se for por determinação da última instância é que vamos voltar com a Arsec. Até lá, vamos lutar para manter a nova estrutura e fazer as mudanças necessárias”, garantiu.

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