Agricultura

Entidades do agro pedem urgência na aprovação do PL dos bioinsumos

Published

on


Uma carta assinada por 56 entidades do agro foi entregue recentemente ao deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR), relator do Projeto de Lei 658/2021, que visa regulamentar o uso dos bioinsumos no Brasil.

O pedido das entidades, que inclui produtores rurais e representantes da indústria, destaca a necessidade urgente de aprovação do projeto, que tramita atualmente na Câmara dos Deputados.

Urgência na aprovação

O prazo para aprovação do PL é uma das maiores preocupações dos signatários da carta. Caso o projeto não seja sancionado ainda este ano, a partir de 2025 a produção de bioinsumos “on farm” (produzidos nas propriedades para uso próprio) será ilegal, o que pode gerar uma insegurança jurídica significativa para muitas empresas.

Atualmente, produtores têm o respaldo legal para produzir bioinsumos em suas propriedades, mas, sem uma legislação própria, essa prática será passível de punição, o que pode levar a implicações legais graves para os agricultores.

Desafios para os produtores da soja

A falta de uma legislação clara sobre os bioinsumos também tem gerado incertezas no agro. Muitos produtos são registrados como biofertilizantes, conforme a Lei dos Fertilizantes, mas, caso algum estudo científico prove que o produto também tem efeito no controle de pragas, a empresa responsável poderá ser multada e sua produção embargada, devido à regulamentação vigente sobre agrotóxicos. O cenário já afeta as indústrias brasileiras que têm investido na produção de insumos para uso próprio, com o risco de enfrentarem sanções pela falta de registros adequados.

Atualmente, a legislação sobre agrotóxicos trata os bioinsumos conforme suas funções, o que exige múltiplos registros para os mesmos produtos, encarecendo desnecessariamente o processo para as empresas. A proposta do PL 658/2021 visa simplificar essa regulamentação, permitindo o registro único para os bioinsumos, independentemente de sua função, o que ajudaria a reduzir a burocracia e acelerar o processo de comercialização desses produtos no mercado.

Proposta da CropLife

A principal controvérsia que divide as entidades do agro está na proposta da CropLife Brasil, que defende que todos os novos bioinsumos e suas formulações sejam obrigatoriamente avaliados por três órgãos: Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa. As entidades que assinam a carta se posicionam contra essa proposta, argumentando que não seria necessário consultar todos os órgãos para cada modificação de formulação. Segundo elas, o Ministério da Agricultura deveria ser o órgão responsável, como já ocorre com outros produtos, como fertilizantes e medicamentos veterinários.

Rumo à aprovação do PL

Apesar das divergências, a adesão de 56 entidades ao pedido de urgência para aprovação do PL 658/2021 demonstra a unidade do setor agropecuário e agroindustrial em torno da necessidade de uma regulamentação clara e eficiente. As entidades ressaltam que a aprovação do projeto trará segurança jurídica tanto para os produtores quanto para as indústrias, além de reduzir a dependência do Brasil de produtos importados e evitar a concentração da produção nas mãos de grandes empresas de pesticidas.



Continue Reading
Advertisement

CIDADES

Advertisement

POLÍTICA

Advertisement

POLÍTICA

Advertisement

MATO-GROSSO

Advertisement

GRANDE CUIABÁ

As mais lidas da semana