Judiciario
MPF: acusados tinham grupo de Whats para discutir defesa
O Ministério Público Federal (MPF) revelou que um grupo de WhatsApp foi criado pelos alvos da Operação Bilanz para discutir estratégias de defesa contra as acusações de fraude fiscal na Unimed Cuiabá.
A informação consta no alvará de soltura dos investigados expedido pela Justiça Federal, na noite desta quarta-feira (30).
Foram alvos da Operação Bilaz, o ex-presidente da Unimed Cuiabá Rubens Carlos Oliveira Júnior, a ex-diretora administrativa financeira Suzana Aparecida Palma, o ex-CEO Eroaldo de Oliveira, a advogada Jaqueline Larréa, a ex-superintendente administrativa financeira Ana Paula Parizzotto e a contadora Tatiana Bassan.
O juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá, determinou que a Polícia Federal faça um relatório das conversas extraídas do grupo de Whats.
A existência do grupo foi descoberta pelo MPF ao verificar o celular da Ana Paula Parizotto. Para as autoridades, seria um dos indícios de que o grupo de investigados – se permanecesse solto – poderia trazer prejuízos às investigações.
O MPF ainda apontou que Rubens Oliveira teria tido acesso a cópia de um inquérito da Polícia Civil e até a um ofício sigiloso do MPF protocolado junto a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
O inquérito policial ao qual Rubens teria tido acesso apura notícias veiculadas em um site chamado “Unimed Sem Medo”, que faz publicações contra a atual gestão da cooperativa.
Ambos os documentos teriam informações importantes sobre a suposta fraude fiscal de R$ 400 milhões no ano de 2022, enquanto Rubens chefiava a cooperativa. Ele comandou a Unimed Cuiabá de 2019 a março de 2023.
Essas informação fizeram com que o MPF pedisse a conversão da prisão temporária (limitada a cinco dias) para a provisória (sem tempo determinado). O magistrado, no entanto, não acolheu a manifestação do órgão.
Veja fac-símile:
A decisão
Os seis alvos da operação deflagrada pela Justiça Federal foram soltos horas depois de serem presos, por decisão do juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal da Capital. Na decisão, o magistrado apontou que não havia “nenhum ato concreto que possa trazer prejuízo à instrução processual”.
No entanto, pediu para a Polícia Federal elaborar um relatório sobre as conversas encontradas no grupo WhatsApp, seja no celular de Ana Paula ou no celular de outros investigados.
“Separe em informação própria ou anexo o conteúdo desse grupo de conversa para fins de análise posterior acerca de ser o caso de conteúdo sob sigilo profissional”, determinou.
Operação Bilanz
O grupo foi denunciado pelo MPF por falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O achado mais relevante foi o balanço contábil de 2022, que teria sido “maquiado”. Segundo a investigação, o balanço inicialmente apresentava saldo positivo de R$ 370 mil, e que após auditoria demonstrou inconsistências de R$ 400 milhões.
Dentre os problemas elencados estão contratos irregulares, antecipação de pagamentos de forma indevida, relação desigual com fornecedores, aquisições e construção de obras sem a autorização em assembleia geral, entre outras muitas questões que colocaram a conta da cooperativa em estado alarmante.
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