Judiciario
Justiça Militar solta soldado acusado de atuar a favor de facção
O Conselho de Justiça Militar determinou a soltura do soldado PM Leonardo Qualio, acusado de atuar a favor de uma facção criminosa no Estado.
A verdade é que, ao fim da instrução este Juízo observa a possibilidade de substituição da medida mais drástica por outra menos invasiva, nos exatos termos como a defesa propôs
A decisão foi tomada na última quinta-feira (15) durante audiência de instrução e julgamento. Os membros seguiram por unanimidade o voto do juiz Moacir Rogério Tortato.
Também concordaram com a suspensão do porte funcional da arma de fogo do policial.
Mas discordaram do magistrado em afastar o soldado das funções, permitindo que ele exerça atividades administrativas.
Participaram do Conselho os tenentes Olenil Natos Correa, Wilson Carmo Lemes da Silva e Jean Klebber Britto da Silva, e o capitão Paulo Cesar de Campos Junior.
Qualio estava preso desde 12 de março, quando foi alvo da Operação Gravatas, deflagrada pela Polícia Civil.
No voto, o juiz citou que o acusado está preso há mais de 150 dias, além do encerramento da instrução processual, destacando que ele já foi interrogado.
“Embora realmente, como bem menciona o Ministério Público, a situação original não tenha se alterado, a verdade é que, ao fim da instrução este Juízo observa a possibilidade de substituição da medida mais drástica por outra menos invasiva, nos exatos termos como a defesa propôs”, escreveu.
“Ou seja, uma situação que, sem privá-lo da liberdade, doravante, também o impeça de eventualmente praticar atos semelhantes àqueles que lhe são atribuídos na presente ação penal, bem como outras restrições que mitigariam qualquer possibilidade de praticar um ilícito”, votou.
A operação
Além do policial, foram alvos da operação os advogados Roberto Luís de Oliveira, Tallis de Lara Evangelista, Hingritty Borges Mingotti e Jéssica Daiane Maróstica.
E ainda três líderes de facção, que já se encontravam detidos em um presídio da Capital.
A investigação da Delegacia de Tapurah aponta que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados e ao policial, que realizavam diversas tarefas para além da atividade jurídica legal. Conforme o apurado, eles teriam atuado à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas.
Ainda intermediaram a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.
Todos são réus na Justiça por associação criminosa para a produção e tráfico, tráfico de drogas e organização criminosa.
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